quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Medo do Fim

Medo do Fim (Ícaro Ribeiro) 


Perdido na noite
Ao som das ruínas
As lágrimas no horizonte
O sangue nas esquinas

O medo do fim
No final das contas
Não há mais remédio
Para combater o seu desespero

E o que estar pra nascer?
A vida de uma criança

O que será do futuro?
O que seus olhos irão ver?
Conflitos armados
Na corrida do poder

Não tente me dizer
Que tudo isso é para o bem
No campo de batalha
Soldados são as peças do xadrez.

E o que estar pra nascer?
A vida de uma criança







sábado, 23 de julho de 2016

Hey Boy

Hey Boy (Ícaro Ribeiro)


Você ouviu as notícias, boy
Viu imagens na televisão
O estrago está feito
E o leite já derramou

E eu digo: PORRA!
Este mundo está uma zona
Eles roubam toda a grana
E manipulam mentes numa boa

Agora você vive fantasias de verão
Não vê que o círculo está se fechando
Hey Boy, não minta pra si mesmo
Porque o tempo passa e você tem que fazer o que gosta

O vento sussurra nos seus ouvidos
Com um leve desespero que te causa arrepios
Mas por que boy você não abre os olhos?
Pois a vida é muito curta, é uma viagem sem volta

Você deseja despertar
Do pesadelo que te faz delirar
Hey Boy! Não surfe na onda
Não deixe que o medo se transforme em sua sombra

Trilhar o caminho
Pegar o trem
Passar por tudo e por todos
E não esperar ninguém

Hey Boy!
Ponha os pés na estrada
O preço que você paga é muito alto, eu sei
Mas se você não tentar o tédio vai te corroer, te consumir, te engolir
Hey Boy!


segunda-feira, 13 de junho de 2016

Macacos de Deus

Macacos de Deus (Ícaro Ribeiro) 


Tudo que se encontra nesse mundo é preciso crer
Que estamos nesse jogo, nessa luta pra vencer
E nunca enterrar a luz que ilumina a escuridão
Crescer e ser forte a cada amanhecer

O planeta está em risco
Ouço as batidas do relógio
O progresso destruindo
E ninguém dá nome aos bois

O paraíso, campos elíseos nunca foi
Fogo do inferno é uma nova Roma que virá
No decorrer de nossa história
Pare pra pensar

Não há mais solução para tantas ações desumanas?

Até onde vamos chegar?
No início da criação?
Homens das cavernas
Selvagens sem noção
Reina a hipocrisia dos Macacos de Deus












domingo, 15 de maio de 2016

Aburugudu

Aburugudu (Ícaro Ribeiro) 


Era quase meia noite e eu ouvia algumas vozes
Fui chegando devagarinho e vi uma galera reunida
E todos estavam uivando o tal do nome
Era: o Aburugudu

Tudo muito estranho, naquela noite se apresentava uma neblina
Não era mês de Junho (São João!), mas de chamas a cidade ardia
E todos caíram na febre de usar o tal do nome
Era: o Aburugudu

De laje em laje o diabo do código sempre rolava
E no ponto mais alto se juntava uma rapaziada
E todas as noites se ouvia o tal do nome
Era: o Aburugudu






domingo, 17 de abril de 2016

Alienados do Sistema

Alienados do Sistema (Ícaro Ribeiro/Gustavo Oliveira)


Nunca se engane por tudo que vê
Nunca acredite no que vão te dizer
Não ser manipulado, não somos lixo

Faça suas malas, saia da rotina
Não seja programado, não sofra de atrofia
Não queira ser igual, seja você mesmo

Alienados do sistema!!! 
Eles vivem de ilusão!!!
Não me arrume mais encrenca!!!
Corja de corrupção!!! 

Eles querem me bater!!! Me prender!!! 

Vou enlouquecer!!! Sair!!! O Brasil não é um país!!! 



quinta-feira, 31 de março de 2016

Novíssimos Boêmios

Novíssimos Boêmios (Ícaro Ribeiro) 


O ar de beleza que compõem o seu rosto
Maravilha sem igual, você é filha da natureza
Mal posso acreditar, não posso negar
Ao longo de todos esses anos
Nós rimos do nosso amor barato
Ridicularizado por infelizes e tristes sonhadores
Mas não ligávamos, não ligamos, nem vamos ligar
A vida é uma valsa vulgar para se vivenciar
Amar, chorar, comer, cuspir...


Oh Mulher! Não se envergonhe por sermos dois pagãos
Pois cantamos com a voz que vem do fundo do coração
Tocamos a música da fonte dos sentidos
Sentidos apurados, seria outra dimensão?
Não sei! Só sei que de tanto amar a vida
Vivo assim, meio assim, incompreendido e deserto
Observando a lua, os pássaros, as nuvens, as falas e gestos


Nos resta seguir os passos na calada da noite
Esparramar os nossos desejos insanos nas ruas
Melodias e poesia
Do nada ao infinito





quarta-feira, 2 de março de 2016

Você morreu!

Você morreu! (Ícaro Ribeiro)

O sol nasce
O dia começa
As pessoas se levantam
A praça, os idosos e os pombos
O trânsito, o trabalho e o telefone
Meia hora pra comer, meia hora pra dormir
Há quanto tempo você não sabe o que é se divertir?

                                               Som sujo, ar turvo, senhores surdos
                                         Tome água para desidratar
                         Grite e sinta sua garganta sangrar 
               Ao chegar em casa, sente na poltrona
   Ligue a TV e não se assuste com a notícia:
                                   
                                     Você morreu!
                                     Você morreu!
                                     Você morreu!




domingo, 21 de fevereiro de 2016

Somente Só

Somente Só (Ícaro Ribeiro)

Sentindo toda aquela dor
Ela ainda consegue sorrir
No perigo de sentir-se só, somente só
Sozinha no jardim das flores 
Ou na rua dos espinhos

Usando de palavras doces
Seguindo a viagem
Louca, louca dança
Que cansa, puro prazer
Na noite insana, tão perto de você

Posso te levar sem receio algum
Nos 100 Km/h nessa estrada
Devo fazer, fazer acontecer
O dia nascer mais claro pra você





segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Passageiro

PASSAGEIRO (Ícaro Ribeiro) 

Canto e danço ao som da minha nova música
Vim para alegrar os corações dos transeuntes
Na praça, a energia de uma multidão
Completamente louca e solta espalhando amor e dor
Nos bares da cidade todos estão embriagados
Fantasiados, diagnosticados com a mais pura beleza
De cantar, cantar e cantar...
E quem vai discutir com a felicidade se os sorrisos estão abertos nas retinas de quem vê?

A tarde arde, a nuvem cai, o sol se esconde
A lua responde com um brilho hediondo a nos hipnotizar
Sentindo o prazer de tocar um instrumento
Exaltando a musa mais bela dessa cidadela
Sobre uma chuva de pétalas a enxergar a cor do som
Desejo, luz, lábios cor de vinho
Numa noite completa para um ser imperfeito
E quem é perfeito? Quem?
Nessa vida eu sou somente um passageiro

As palavras de um menino se transformaram em ações
Como um raro amor de uma estrela prestes a se apagar
E do segredo da vida, de cada noite vivida, uma cicatriz
A percorrer futuros longos caminhos dispersos no universo
E na linha do tempo da humanidade
Deixo uma canção simples de derramar lágrimas aos olhos dissonantes.






quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Tudo está mudando

Tudo está Mudando (Ícaro Ribeiro)


Tudo está mudando, a começar pelo coração
Pessoas que dizem que amam com outra intenção
Os automóveis que passam de última geração
Será que estou ficando louco navegando em outra direção?

Tudo está mudando, a começar pela canção

Acordes debaixo do tapete vira moda meu irmão
Um assalto na gramática, um furto na imaginação
O que está passando na TV pode ser um reflexo de você

Nuvens desabando lá do céu

Lágrimas e sorrisos pré-fabricados
Tudo está mudando!
Tudo está mudando!
Tudo está mudando no planeta

Um "Eu te amo", um "Bom dia"

Pessoas se parecem com robôs
Já não sentem mais nada
Emoção de se sentir torpor
Tudo está mudando

Tudo está mudando, a começar pela invenção

Tecnologia avançada, obsolescência programada
Os livros e as revistas agora são chamados de e-books
Os abraços e beijos são dados pelo Facebook

Você está sendo vendido e comprado

Nas propagandas dos outdoors na avenida




segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O Rock and Roll

O Rock and Roll (Ícaro Ribeiro)

Todo mundo me diz que ela é um veneno
Então é ela que eu quero provar
Nessa madrugada, muita diversão
E todos já voando bem alto

E de repente vi tudo parar
Ela sabe dançar o rock and roll
Rock and roll, rock and roll
Ela sabe dançar o rock and roll

Tudo parecia um sonho 
A louca já queria me acompanhar
Eu a levei embora 
E dançamos insanamente sem parar

E de repente vi a polícia chegar
- Calma aí seu polícia! Só queremos cantar o rock and roll
Rock and roll, rock and roll
Só queremos cantar o rock and roll.


domingo, 7 de fevereiro de 2016

O Louco

O Louco (Ícaro Ribeiro)



Hoje vou andar pelas nuvens
Vou me agrupar no som
Vou injetar a guitarra na veia
Vou jogar a TV pela janela
Vou reler o que ainda li
Vou rever o que ainda não vi
Vou seguir viagem
Vou ter algumas ideias

Hoje vou tomar uma decisão
Vou arrombar o portão
Vou tomar remédio
Vou aniquilar o medo
Vou exterminar as aspirações políticas
Vou explodir a casa
Vou fazer as pazes com a minha sombra

Vou tentar me manter vivo
Vou cometer suicídio num domingo
Vou abrir minha cabeça
Vou fazer experiências
Vou dormir com a geladeira
Vou jogar dominó sozinho
Vou por um momento perder a consciência
Vou apresentar as novidades no museu



domingo, 31 de janeiro de 2016

O Voo

O Voo (Ícaro Ribeiro) 


Feche os olhos e sinta
Você sair do ar por um tempo
Tudo que você crer
Tudo que você amar
Na sua mente será

Deixe o sol bater no seu rosto
Deixe fluir a poesia
Tudo que você pensar
Tudo que você desejar
Estará na luz da manhã

Você poderá viajar
Por infinitos espaços
Coisas da imaginação
Voar com os pés no chão

Olhe para o céu e veja
As estrelas sorrindo pra ti
Tudo que você fizer
Tudo que você sentir
Estará na canção

Dedilhe as cordas do seu violão
Coração e mente em harmonia
Tudo que você tocar
Tudo que você cantar
O impossível estará





terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Ruas Estreitas sem Fim

Ruas Estreitas sem Fim (Ícaro Ribeiro)

Lá fora algo está acontecendo

Aqui o brilho da luz não é tão intenso
De todas as formas, há algo de ti em mim
Como as ruas estreitas sem fim

Não vá se perder agora, não

O tempo tende a passar
Não se curve na hora exata
No momento mergulhe sem receio

Um blues no final da tarde

Um beijo de lápis de cor
Seu olhar em minha mente
Gira como um ventilador

No céu além de nuvens: O disco voador


Depois daquela noite

Em que eu estava embriagado
O sol se levantou e olhei para o lado
E você já tinha se mandado

Ei garota! Não faça assim!

Não mostre só uma face para mim
Eu preciso beber alguma coisa
E como eu preciso

Doses quentes para esquentar

Um corpo na noite fria e vazia

Um blues no final da tarde

Um beijo de lápis de cor
Seu olhar em minha mente
Gira como um ventilador

No céu além de nuvens: O disco voador