terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O Compositor

O Compositor (Ícaro Ribeiro)

Você quis ficar dentro do seu quarto
Lendo livros à meia noite
Doses de café
Um riso contínuo
Palavras escritas
Uma canção mal traduzida

Folhas de papel
Sonham que se instalam nas paredes
Tudo vai bem!
Notas de alarde do seu violão
Nos trazem a emoção de cantar
Todas as noites o desejo de persistir e lutar até o amanhecer

Novas ideias
Espaço e tempo
Canções de amor
Canções de ódio

Na avenida
Um passado simplista
Garotas dentro dos dias a despertar a inspiração










segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Olhos Negros

Olhos Negros (Ícaro Ribeiro)

Olhos negros, onde estão?
Na calada da noite o silêncio ecoa
Permaneço perdido na cidade
Atraído por um olhar místico

Olhos negros, me deixem entender
O teu segredo jamais revelado
A essência e a beleza do que é a vida
Olhos brilhantes cor de jabuticaba

Continuo seguindo a esmo
Até o final da estrada
Sem rumo e sem direção
À procura dos olhos negros

Olhos negros, fonte do real desejo
O teu prazer é o meu pesadelo
Que faz despertar o mal que há em mim
Triste de quem não tem olhos negros

Olhos negros, olhar tentador
Estou preso no labirinto do amor
Entorpecido pelo vinho
Provando os sabores e os sons

Continuo andando a esmo
Até o final da estrada
Sem rumo e sem direção
Apaixonado pela dona dos olhos negros







segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ROTINA

Rotina (Ícaro Ribeiro)



Olhos cansados
Corpo jogado
Toma Prozac
Acende um cigarro
Já é madrugada e você com insônia
O dia começa e você se levanta

O trânsito para
O trabalho inicia
Você sente culpa
Você sente sono
Você volta a si e paga as contas
Você está cansado, mas não pode parar

Tudo outra vez, nada de novo dessa vez
Querem me vê sangrar
Eu não sou uma máquina!

Em casa a razão da vida
O beijo da mulher, um gosto amargo na língua
O vazio alimenta a dor aguda
Você está vivendo numa interminável rotina

Tudo outra vez, nada de novo dessa vez
Querem me vê sangrar
Eu não sou uma máquina!

Só de olhar no espelho e não me ver em mim
Só de andar na rua e não me encontrar na multidão
Só de pensar o quanto tenho que correr
Só de imaginar o tédio que tenho de reviver



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Voo Livre

Voo Livre (Ícaro Ribeiro)

Voe para bem longe
Se possível como um pássaro
Atravesse as paredes
Cante canções de liberdade
Veja se situe
Compreenda esta vida
Lembre de você e dos outros
Se deseja ser humano

Saiba que o tempo já foi desafiado
Então corra nessa estrada de desafios

À tarde pássaros cantam
Na varanda de casa
Uma linda sinfonia

E a paz chegaria aliviando a dor
No estado de consciência
Nesse mundo de xerifes eu veria
A humanidade humanizada

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Perigo!

Perigo! (Ícaro Ribeiro) 

Leve, compre, gaste
Aceite o que tiver na pista 
Use e abuse
Cause o dano
Tome, beba, fuja 
Cure o dia-a-dia 
Consuma e corroa 
Adquira o seu amor num click 

Perigo!
Esse incêndio é pra te queimar
Perigo!
Essa chuva é pra te molhar 
Perigo!
Esse tiro é pra te matar
Perigo!
Perigo!

Gire, queira, faça
Mecanize tudo agora
Toque e recrie 
Refaça tudo 
Corra, grite, canse
Veja a infinita estrada 
Jogue e aposte
Siga todas as regras 

Perigo!
Esse incêndio é pra te queimar
Perigo!
Essa chuva é pra te molhar 
Perigo!
Esse tiro é pra te matar
Perigo!
Perigo!






terça-feira, 8 de setembro de 2015

A Caverna

A Caverna (Ícaro Ribeiro)

Quando estiver a caminho da luz secreta das pedras
Você irá emergir do poço de dúvidas que te faz tremer

Todo sangue que escorria em uma época negra
É lembrado quando tento viver a vida hoje
Nem os sonhos são mais lembrados como deveriam ser
E as estrelas caem e fogo se espalha nos olhos de quem ver
A maldade como uma boa vizinha

Através de leis vivemos no mundo das sombras e sensações
Das aparências e ilusões
Não enxergamos o brilho do sol dentro dessa caverna

Surgimento de uma política para um poder garantido
Trabalho forçado nas separações de estado
Violência policial contra irmãos selvagens
E a dor cultivada com as lágrimas das crianças
Que não param de ver seus pais lutando numa grande guerra

Através de leis vivemos no mundo das sombras e sensações
Das aparências e ilusões
Não enxergamos o brilho do sol dentro dessa caverna


*Letra inspirada no "Mito da Caverna" de Platão, contextualizada com o mundo atual em que vivemos.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Sintoma do Universo

O SINTOMA DO UNIVERSO (Ícaro Ribeiro)

As flores parecem cobrir o teto
Nunca viram o tempo se abrir assim
É um arranjo desconcertante
Nas horas cinemáticas da vida

As perguntas da meia - noite
A luz que irradia
Os sonetos debaixo do colchão
O desejo e a loucura

O que fazer?

Os dias passam
E o sintoma do universo
Mistério eterno de Deus

Tudo se envolve quando olhares arrebentam a corda no ar
Nada é medido quando se fala na palavra amar

Tendo uma noção do tempo 
Obtém-se uma visão bem nítida
Da fórmula que procuras
Para as questões de física

O que fazer?

Os dias passam
E o sintoma do universo
Mistério eterno do Sol

Os sonhos chegam
E o sintoma do universo
Pra quem quer viver

Tudo se envolve quando olhares arrebentam a corda no ar
Nada é medido quando se fala na palavra amar.













domingo, 30 de agosto de 2015

Esquinas do Mundo

Esquinas do Mundo (Ícaro Ribeiro/Gustavo Oliveira)

Escrito em mil palavras num sonho profundo
Comecei a entender que eu não sou daqui
Diga!!! Onde estou?

Jovens ouvindo rock and roll.
Estamos aqui no mesmo barco sem nenhuma direção
Na escuridão, no mesmo milênio de poder e geração
E distorção

Quero ver o mais distante do que os meus olhos podem ver
Está além do seu alcance, milhas e milhas a correr
Quero ver o mais distante, a sombra corre pelo chão
Esse mundo não tem dono, você acredita com o coração

E há tempos ninguém vê paz
Jogar, errar, querer ser capaz
Eu não sou ninguém
Mas tenho fé em mim mesmo
A fé vem do além
Mas tudo tem o seu preço

Vou chegar em algum lugar
Nas esquinas do mundo perdido
No céu, na terra, no inferno e no mar
Vou buscar uma luz, entre a vida e a morte
Deus e o diabo e os 7 pecados capitais

Eu não sou daqui
Não sei aonde estou?
Pra onde eu vou?


*Letra e música feita em parceria com um grande amigo, Gustavo Oliveira. Uma tarde de muita inspiração no Alto da Igreja Católica em Coaraci-BA, muitas ideias, sentimentos e melodias acompanhadas de teor etílico elevado. "Esquinas do Mundo" trata-se da crise existencialista do ser humano nesse planeta que ele está imbuído, envolvendo várias questões, passando por paradoxos, fazendo muitas vezes o ser humano contemplar a pureza da incerteza e se "atirar" na vida sem medo dos perigos e dos erros.

Assista ao vídeo da Banda Pecados Capitais tocando "Esquinas do Mundo": http://www.youtube.com/watch?v=6jxoqpt03_E