quinta-feira, 31 de março de 2016

Novíssimos Boêmios

Novíssimos Boêmios (Ícaro Ribeiro) 


O ar de beleza que compõem o seu rosto
Maravilha sem igual, você é filha da natureza
Mal posso acreditar, não posso negar
Ao longo de todos esses anos
Nós rimos do nosso amor barato
Ridicularizado por infelizes e tristes sonhadores
Mas não ligávamos, não ligamos, nem vamos ligar
A vida é uma valsa vulgar para se vivenciar
Amar, chorar, comer, cuspir...


Oh Mulher! Não se envergonhe por sermos dois pagãos
Pois cantamos com a voz que vem do fundo do coração
Tocamos a música da fonte dos sentidos
Sentidos apurados, seria outra dimensão?
Não sei! Só sei que de tanto amar a vida
Vivo assim, meio assim, incompreendido e deserto
Observando a lua, os pássaros, as nuvens, as falas e gestos


Nos resta seguir os passos na calada da noite
Esparramar os nossos desejos insanos nas ruas
Melodias e poesia
Do nada ao infinito





quarta-feira, 2 de março de 2016

Você morreu!

Você morreu! (Ícaro Ribeiro)

O sol nasce
O dia começa
As pessoas se levantam
A praça, os idosos e os pombos
O trânsito, o trabalho e o telefone
Meia hora pra comer, meia hora pra dormir
Há quanto tempo você não sabe o que é se divertir?

                                               Som sujo, ar turvo, senhores surdos
                                         Tome água para desidratar
                         Grite e sinta sua garganta sangrar 
               Ao chegar em casa, sente na poltrona
   Ligue a TV e não se assuste com a notícia:
                                   
                                     Você morreu!
                                     Você morreu!
                                     Você morreu!